Caminhada pela Serra da Gardunha até Barragem do Fratel tendo como companhia o Rio Ocreza.
São aproximadamente 65 Kms do local de nascimento do rio até à barragem.
Estamos em pleno inverno mascarado de primavera, olho à minha volta e vejo as diversas tonalidades das mimosas que estão em grande vantagem sobre os pinheiros, acácia e castanheiros.
Ora bem tenho que colocar o meu camelk às costas, despeço-me das gentes de Casal da Serra, já no final da aldeia o Ti Zé ia para a sua distracção diária, tinha que ver como estava a sua agricultura, trocamos umas breves palavras de ocasião.
Tinha ficado para trás a capela do Espírito Santo que ontem estava cheia para a missa de domingo.
Começo a subir pela aquela quelha que o Ti Zé me indicara sem reforçar o que eu bem conhecia e que tantas vezes fizera, deu também como referencia uma placa que informava a direcção da garganta, não tem nada que enganhar é sempre a direito, ao funda lá estava o rio que até parecia o mar da Gardunha com a areia, uma pequena informação que dizia “A nossa praia”.
O trilho continua de dificuldade média com poucos desníveis, os sons do rio Ocreza sempre visíveis a madeira a ranger a água a correr, uns mais difíceis que outros, porém os sons todos iguais ao encanto da Serra da Gardunha.
Finalmente a barragem de Santa Águeda (Marateca) um dos principais apeadeiros , um pouco mais acima posso avistar o grande lago construído pelo Ocreza.
Mais umas horas é que tenho pela frente o Garden X, onde vou passar a noite um belo local de acampamento numa zona isolada, tomo um banho de água fria, ou até ao local onde estão os churrascos faço um fogueira para aquecer a comida que transportava.
São 7 horas da manhã vou agora para sul em direcção à Taberna Seca situada na margem sul do rio Ocreza, olho para o mapa que tenho no GPS e vejo que estou a pouco mais de dez quilómetros de Castelo Branco, depois de passar pela Taberna sigo em direcção da ponte da Ribeira, mandada construir por D. Maria II entre 1843 e 1852, sigo para o velho celeiro do moinho ambos já com pouca saúde física a necessitar de umas intervenções, para que não se perca a história contada nos livros.
Tenho que atravessar o Serra de um lado para o outro e cruzar uma estrada lá está a placa de que indica o concelho de Vila Velha de Roldão, ando poucos quilómetros à minha direita a praia fluvial dos Gaviões num vale de difícil acesso.
Em frente as Portas do Almourão, indica o pequeno mapa de turismo de levo as portas do Almourão que ficam entre a Aldeia do Xisto da Foz do Cobrão e Sobral Fernando. As águas rasgam as escarpas quartzíticas e dão resultado a uma ocorrência geológica, o local é por isso, classificado como geológica pelo Geoparque Naturtejo, indicação referenciada no mapa.
Sigo em frente pelo desfiladeiro com 400 metros, passo um vale de paisagens ainda selvagens e tenho um sentimento de pequenez perante tamanha beleza.
Finalmente o término da caminhada Barragem de Fratel.