Quinto dia quinta etapa Santarém a Golegã com 32 kms.
De pequeno-almoço já tomado com mais uma hora hoje que ontem depois da mudança alteração da hora de Inverno para a de Verão.
Deixo o local onde pernoitei, sigo pelo Largo dos Reis em direcção às ruas 1º de Dezembro, 5 de Outubro, passo Portas do Sol, Porta de Santiago (onde existia um conjunto de hospedarias para viajantes, foram destruídas no século XVIII, existindo agora só a Calçada de Santiago), sigo em frente com a linha férrea à esquerda. Já na EN365 depois de ter deixado a EN114 caminho por alcatrão até Vale de Figueira, paro num café para beber uma bica.
Olho para o relógio e para meu espanto quando vejo que são 11,30m estou um pouco atrasado ao horário que tinha planeado, um pouco mais frente entro num caminho de terra batida, novo objectivo é chegar a Reguengo do Alviela com tempo para almoçar um ensopado de enguias.
Depois do almoço entre num embaralhado de trilhos, caminhos de terra batida e estradas de alcatrão para chegar ao Pombalinho, volta à EN365 para concluir o dia de hoje, mas sem passar primeiro pelas quintas da Piedade e cruzar o rio Almonda.
Como estou em pleno Ribatejo escolhi para descansar o Hotel Lusitano.
Efeméride
O lugar de Golegã outrora pertença da Vila de Santarém, foi elevado à categoria de Vila por carta de D. João III, datada de 3 de Novembro de 1534. Segundo vários autores, a Vila da Golegã teve origem no tempo de D. Afonso Henriques ou de D. Sancho I, quando uma mulher natural da Galiza e que residia em Santarém veio estabelecer-se com uma estalagem neste local. Que a Golegã já existia no século XV, parece não haver dúvidas, bem como depois de se haver estabelecido nela a dita Galega, ter passado a denominar-se Venda da Galega, Póvoa da Galega, Vila da Galega e mais tarde por corrupção de linguagem, “Golegã”.
A par da importância do lugar em que se situa, a região da Golegã detinha uma das maiores riquezas: um solo fértil: A fama das suas terras chamou muito povo a si, como grandes agricultores e criadores de cavalos. Dos tempos mais remotos vêm alusões à região, à Quinta da Cardiga que em 1169 foi dada por D. Afonso I à ordem do Templo para arroteamento e cultivo. De século para século foi a mesma sendo doada a outras ordens e, a partir do século XIX, comprada por diversos grandes agricultores.
Já no século XVIII, e com o apoio dado pelo Marquês de Pombal, a feira começou a tomar um importante cariz competitivo, realizando-se concursos hípicos e diversas competições de raças. Os melhores criadores de cavalos concentravam-se então na Golegã. No século XIX, com base na valorização agrária da região, a Golegã voltou a ter grande importância para o que muito contribuíram as figuras de dois grandes agricultores e estadistas: Carlos Relvas, fidalgo da Casa Real, grande amigo do Rei, comendador, lavrador, artista, proprietário de diversos estabelecimentos agrícolas e de dois palácios (onde por várias vezes hospedou a família real), e José Relvas, seu filho, imensamente ligado à causa republicana, ministro das finanças e também um grande
(Historia da Golegã)