Décimo oitavo dia, décima oitava epata Barcelos a Ponte de Lima com 34 kms
Estou um pouco melhor de saúde mas não tenho dado tréguas à constipação, o que tenho evitado a febre.
Hoje a caminhada leva-me a Ponte de Lima terra que também gosto bastante, que visitei pela primeira vez quando participei nos Caminhos de Santiago em 2008.
O Sol ainda estava baixo no horizonte já eu estava em cima da Ponte que atravessa o Rio Cávado passagem obrigatória desde do tempo medieval dos peregrino que vão para Compostela que escolhem este caminho.
Passo pela Igreja Matriz e reparo que exibe uma vieira na porta principal “que evoca a rota jacobeia”, Largo Municipal, Hospital do Espirito Santo, Paços do Concelho, estou quase em Barcelinhos.
A partir do Campo da Feira é que começa verdadeiramente a rota, tomo a Rua Dr. Manuel Pais vou até rotunda para entrar na EN204 não me posso distrair muito em virtude de ter muitas ruas a fazer e um pequeno engano leva-me a ficar dentro da cidade, mas tudo resulta na perfeição e já estou na Gândara, a via tem o mesmo nome de Caminho de Santiago, que bem sinalizado está o caminho, continuo na EN204 por mais 500 metros, viro à esquerda para EM549, recordo as minha passagem de 2008, nova indicação visual dos caminhos, cheguei a metade do percurso de hoje, nem me lembrei do café da manhã, tão entusiasmado que ia.
Paro para almoçar, entro num restaurante de estrada.
Pergunto o que se come rápido, a filha do dono do restaurante.
Responde, rojões à moda do Minho.
Digo eu, então venham lá os rojões e uma malga de vinho verde tinto.
Depois do almoço, olho para o relógio e já são 14h 30m, tenho que dar bem às pernas.
Sigo numa estrada paralela à EN204 para chegar a Poiares pela EN204-1, antes de São Simão tenho que passar pela mítica casa da Fernanda e daí até Ponte de Lima são 10 kms, faço contas e mais duas horas e meia estou lá, mas a certa altura fico um pouco baralhado saí da EN204-2 e não encontro a EM1259,minutos depois cá está o caminho que mais parece uma vereda, agora é seguir para a Estrada do Caminho de Santiago, são 17 horas e já cá estou.
Efeméride:
No dia 12 de Maio de 2010 escrevia no meu outro blog (https://tribodosultras.blogs.sapo.pt/) o seguinte:
Novamente em Abril depois da Maratona de Viena em 2009 chegou agora a vez de Roterdão.
Todos dizem que é a Maratona mais plana do mundo, onde se pode fazer grandes tempos.
Vamos nós lá ver como me sai.
Depois de ter concluído a maratona, penso que é possível mas temos que sair lá na frente, porque com aproximadamente 30.000 atletas é um pouco complicado ter espaço para se poder desenvolver uma passada constante.
Foi isso que me aconteceu, muito pouco espaço para correr, a juntar às tendências suicidas de alguns atletas, que iam da direita para esquerda e da esquerda para a direita de qualquer maneira, para evitar alguma queda fiz inicialmente uma corrida defensiva.
Esta Maratona tem qualquer coisa de misterioso que não consegui desmistificar, talvez por ter uma temperatura baixa, ou por ser uma maratona muito plana, a cidade em si também é fria, o apoio do público além de ser constante durante os 42 km umas vezes é carinhoso outras vezes parecem que estão muito distantes dos atletas.
Mas tenho que fazer justiça a população estava a rua apoiar os atletas á sua maneira, alguns acompanhavam-nos de bicicleta ou não fosse a Holanda o país daquelas máquinas.
Até a minha prova foi toda ela muito esquisita, ou tinha espaço para correr ou estava metido num cacho de atletas, e tinha sérias dificuldades em ultrapassa-los.
A organização para os 42,195 Kms só disponibilizou água e bebida isotónica, só no final é que havia abastecimento sólido, banana, que saudades dos nossos abastecimentos, que alguns tão mal dizem.
Voltemos ao que interessa à corrida por volta dos 15 Kms vejo á minha frente um atleta que tem na camisola o nome do seu país Peru, falo um pouco com ele e desejo-lhe boa sorte.
Ele fica um pouco para trás não é para meu espanto que por volta dos 25 kms ele aparece à minha frente no abastecimento, trocamos novas palavras, é quando o Angel me pergunta que tempo penso fazer, respondo-lhe 3h 20m quanto muito 3h 25m.
Faço-lhe a mesma pergunta e ele responde que vai para 3h 30m.
Ficamos de trocar algumas palavras pelo Facebook.
Na passagem dos 32 km tinha-se de contornar um Bosque onde havia menos gente a dar apoio, mas aqueles que lá estavam ofereciam comida sólida, um gesto simpático.
Um pouco mais frente ao km 38 passava-se um bairro com imenso público onde as crianças nos davam pedaços de laranja.
Daí para a frente pouco mais a registar a não ser aquele esforço final que todos atletas fazem para melhorar o seu tempo nem que seja alguns segundos.
Quando cruzei a meta lá estava a Adélia com grande entusiasmo a saudar a minha chegada.